terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Confusões de Casal

Estava eu hoje conversando com uma amiga, e a gente falando sobre "viver de aparência". A sociedade é hipócrita, só liga para o que vê, e associa isso a uma informação que muitas vezes não possui relação com o fato, mas que a deturpação da aparência assim conduz.

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O Motel (Luiz Fernando Veríssimo)

Paula não se agüentou e contou para a Érika:

- Viram teu marido entrando num motel.

A Érika abriu a boca e arregalou os olhos. Ficou assim, uma estátua de
espanto,durante um minuto, um minuto e meio. Depois pediu detalhes.

-Quando? Onde? Com quem?

- Ontem. No Discretíssimu's.

- Com quem? Com quem?

- Isso eu não sei.

- Mas como? Era alta? Magra? Loira? Puxava de uma perna?

- Não sei, Érika.

- Miguel me paga. Ah, me paga.

Quando o Miguel chegou em casa a Érika anunciou que iria deixá-lo e contou por quê.

- Mas que história é essa, Érika? Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel. Era você!

- Pois é. Maldita hora em que eu aceitei ir. - Discretíssimu's! Toda a cidade ficou sabendo. Ainda bem que não me identificaram.

- Pois então?

- Pois então que eu tenho que deixar você. Não vê? É o que todas as minhas amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir.

- Mas você não foi enganada. Quem estava comigo era você!

- Mas elas não sabem disso!

- Eu não acredito, Érika! Você vai desmanchar nosso casamento por isso? Por uma convenção?

- Vou!

Mais tarde, quando a Érika estava saindo de casa, com as malas, o Miguel a interceptou. Estava sombrio:

- Acabo de receber um telefonema - disse. - Era o Faustinho.

- O que ele queria?

-Fez mil rodeios, mas acabou me contando. Disse que, como meu amigo, Tinha que contar.

- O quê?

- Você foi vista saindo do motel Discretíssimu's ontem, com um homem.

- O homem era você!

- Eu sei, mas eu não fui identificado.

- Você não disse que era você?

- O que? Para que os meus amigos pensem que eu vou a motel com a minha
própria mulher?

- E então?

- Desculpe, Érika, mas...

- O quê???

- Vou ter que te dar uma surra...

(Luiz Fernando Veríssimo)


CONCLUSÃO:
DEVEMOS CUIDAR APENAS DA NOSSA SAÚDE, POIS DA NOSSA VIDA, TODO MUNDO CUIDA...

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